sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ressaca de um amor

Cheguei a casa com uma ânsia de cigarro!
Sento-me debaixo das estrelas e procuro a lua que não aparece pois não quer ver as lágrimas que a relembram um amor perdido...
Que posso fazer?!? Um bafo, respiro fundo e cerro os olhos, mas há tanto em mim que não controlo e elas continuam a cair! Não sei bem, mas acho que as lágrimas fazem tão bem à pele quanto aquela história do esperma e no fundo isto não passa de algo inventado por um senhor que se divirtiu muito e não ficou para ver os estragos!
E quando finalmente percebo que o Verão chegou mas as suas noites ainda estão atrasadas, volto para a minha cama e para esta almofada que sempre tem um conforto para mim...
Mas aqui estou! E o que se pode e deve fazer neste momento? Eu ajudo... Acabei de fazer a playlist do dia, semana, mês ou ano, nem isso sei pois “Eu não vou parar de te olhar e não me canso de te olhar” (Seu Jorge e Carolina). Mas como toda a boa playlist do fim de um amor tem doces melancolias ou melodias que alguns classificam de “cortar os pulsos”, outros de “acordes de luto”, mas eu apenas escolho as músicas que pintam os meus pensamentos. E atenção o título não surgiu do nada!!!
Se pensam que vou jorrar um rio de insultos a tudo o que é homem, enganam-se! De tantos defeitos que tenho, descriminações não faço e para começar com o escárnio não iria privilegiar os homens!
Supõem que vou lamentar mil possíveis reais pintados de “ses” e delineados em interrogações e interpretações... Apesar do coração pensar com sentimentos e falar uma língua imperceptível aos sóbrios da vida, a única realidade do agora é um adeus que custa a ser pronunciado apesar de anunciado há muito tempo, que provoca uma lágrima num sorriso perdido em lembranças de noites de amor e prazer...
Difícil é perceber se estou aliviada com a certeza de um amor que só foi certo com os teus lábios nos meus e os teus braços à minha volta, mas eu tinha sempre que ir embora depois...
Talvez esteja mesmo dorida por teres remexido o meu coração e teres deixado um alvoroço nos meus pensamentos...
Ou será que estou orgulhosa por mais uma vez o meu dedinho que adivinha ter razão... Afinal sempre te disse que sabia não ser a tua menina! Lol, gosto tanto quando tenho razão!!!
Quem sabe estou apenas a morrer de saudades de como faziamos amor, dos arrepios do teu toque, das palavras de desejo, do cheiro do sexo, de deixar levar-me com a tua respiração para um sono de suspiros de prazer enroscada no teu corpo... Pensava que fazer amor era uma ficção de filmes em que tudo acaba bem...
Não posso esquecer que talvez teja resignada ao facto de “o teu mundo está tão perto do meu e o que digo está tão longe como o mar está do céu” (Clã)... Ou, “I cheated myself Like I knew I would” (Amy Winehouse)
E claro, não vou esquecer aquele estado de graça... E passo assim para todas as raivinhas! “You always seem to let me know It ain't workin', It ain't workin’; See I know what we've got to do. You let go, and I'll let go too. 'Cause no one's hurt me more than you And no one ever will. ; Where were you when I need you” (Lauryn Hill)
Mas não posso esquecer o medo!!!! O medo de não conseguir esquecer-te, de não voltar a amar assim, de nem sequer ter amado! Nunca serei completa sem mil receios que se escondem no canto do olho e quando olho já lá não estão!
Tantas e tantas palavras e nenhuma vos pode dizer que sinto!
Queria escrever e em cada palavra exorcizar tudo o que deixei de dizer, cada momento que não fui eu com medo de não seres capaz de amar esta menina que sente qualquer pormenor. Libertar-me de todas as memórias que não consegui prender no tempo e existir em ti e em nós...
“É só isso, não tem mais jeito. Acabou! Boa sorte! Não tenho o que dizer, são só palavras e o que eu sinto não mudará... ; Even if you hold yourself I want you to get cured from this person who advises you. There is a disconnection, see trough this point of view there are so many special people in the world!” (Bem Harper & Vanessa da Mata)
E é mesmo isto... Hoje, amanhã e quem sabe até ao último folêgo vou amar-te e talvez por isso seja forçada a deixar partir um amor que não nos pertencia e continue a desejar que sorrias sempre. Mas não posso lamentar um presente ou futuro que pressenti ao primeiro beijo...
“I waited for so long outside myself, you see I was pretending to be someone else, I was longing to see who I wanted to be. And I’ve been wanting on my own I’ve been waiting for too long I not strong enough to be whit you. And I’ve been making up my world I’ve been painting it whit gold, I’m not strong enough to see you! (Yael Naim)
E passam músicas que proclamam amores perdidos e lembranças sofridas e acho que só nos apetece ouvir a melancolia que o coração palpita e que caia uma lágrima e duas e muitas...
Não quero saber!!! Eu hoje anseio o raiar dum sol e o sopro do mar no meu corpo perdida em suspiros de saudades, a transbordar de tudo o que podia ser mas não foi...
Sabem que mais?!? Se algum dia tiverem neste mesmo ponto.... Não se esqueçam que só quem ama tem direito a sentir e não dava nada, mas mesmo nada em troca de um abraço do meu menino!
Amora!!!! Eu sei que estás comigo e me dás um abraço quando a melancolia der espaço à solidão...

Perdi-me tantas vezes no teu sorriso, nos teus olhos... E depois perdi-me apenas! Adeus menino...

See you later...

1 comentário:

la folie disse...

tinha tanto para dizer, tanto para escrever sobre este teu texto/desabafo/carta de amor, que me confundo e não o consigo exprimir.
poderia dizer que o amor é uma merda. mas teria que fundamentar.
poderia dizer que o amor é uma loucura.
mas isso é a paixão.
vamos viver toda esta vida na incógnita do que é realmente cada sentimento, e julgá-lo todos os dias.
tenho julgado todos os dias as palavras, os cheiros, os sinais do corpo humano, os pensamentos e sonhos que correm pela minha e pela cabeça dos demais que nos acompanham, e o que é que isso traz?
confusão interior, dúvidas, questões, e um coração cheio de remendos e mais remendos.
já não tenho mais remendos, senão remendava o teu.
LUTA FODA-SE!